Setembro foi o mês escolhido para falarmos de um assunto sério: a prevenção ao suicídio. A campanha surgiu em 2014, através de uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Durante o período são feitas ações que acolhem quem precisa e alerta os demais sobre como estar atento aos sinais que pessoas próximas podem apresentar.
Entretanto, o tema vai muito além do Setembro Amarelo e deve ser abordado durante os outros onze meses do ano. Afinal, a ajuda deve ser prestada sem data marcada.
Segundo dados disponibilizados pelo site oficial do Setembro Amarelo (2021), anualmente, são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil e mais de 1 milhão em todo o mundo. Aproximadamente 96,8% destes casos estão ligados a transtornos mentais.
Um dos principais fatores que leva alguém a tirar a própria vida é a sensação de incapacidade de lidar com múltiplos estresses. E uma das maiores razões que deixam as pessoas estressadas é justamente a quantidade de problemas financeiros a serem enfrentados.
Para falarmos sobre a relação entre saúde financeira e a saúde mental trouxemos alguns dados.
Um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que 79% das famílias brasileiras estão endividadas. Enquanto uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra que pessoas endividadas podem sentir tristeza, angústia, estresse, ansiedade, insônia, depressão e outros inúmeros sintomas ligados ao descontrole emocional.
Ou seja, as métricas provam que a quantidade de pessoas que passam por situações difíceis por causa de dinheiro (ou da falta dele) não é pequena.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovou que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, tendo cerca de 18,6 milhões de pessoas que sofrem com ansiedade.
Claro que a desigualdade social e financeira que compõem o Brasil surge como um dos fatores que mantém essa métrica lá em cima. A pandemia e todas as consequências dela – incluindo o aumento no número de desempregados e da desigualdade – subiu com este parâmetro.
A ansiedade foi inclusive o sentimento negativo mais citado em um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC, sendo apontado por 63% dos inadimplentes entrevistados. A mesma pesquisa mostra que 8 a cada 10 inadimplentes sofreram impacto emocional negativo por conta das dívidas.
E se pessoas superendividadas possuem três vezes mais chances de terem problemas sérios de saúde mental, não há como negar que a saúde financeira está diretamente ligada à mente e ao bem-estar dela.
Além do alto nível de estresse e da ansiedade, a depressão também é uma doença que pode levar ao suicídio. Estimativas apontam que cerca de 6 a 8% da população mundial enfrentará ao menos um episódio depressivo em um ano.
Ela é um dos principais motivos para afastamentos do trabalho e, segundo relatório de 2020 da Lyra Health e da National Alliance of Healthcare Purchaser Coalitions, más condições de saúde mental são responsáveis por 217 milhões de dias de trabalho perdidos anualmente.
A relação saúde mental x saúde financeira pode tornar-se uma bola de neve, e impactar toda a vida de um indivíduo. É um ciclo. Assim como quem tem problemas financeiros é mais propenso a apresentar transtornos mentais, pessoas com transtornos mentais tendem a ter mais problemas financeiros.
Entenda as principais causas do estresse financeiros
- Desequilíbrio: É um dos principais responsáveis pelo endividamento. Acontece através de ferramentas de crédito e de não conhecer seus limites financeiros.
- Imediatismo: Se manifesta de duas formas. Primeiro pela pressa incessante em consumir sem se planejar, pela necessidade de satisfazer o desejo. Segundo em não poupar e investir tudo para suprir os desejos imediatos.
- Pressão social: Vivemos em uma sociedade consumista e somos pressionados a comprar constantemente. Tudo para nos sentirmos pertencentes a um grupo social.
Após os dados, vêm as orientações. Cuidar da saúde financeira e mental é essencial para ter uma vida boa e transformar o Setembro Amarelo em apenas mais um mês.
Aqui vai algumas dicas de como cuidar do bolso:
- Conheça bem suas finanças, anote seus gastos e mantenha seu orçamento sob controle;
- Fuja das compras por impulso, evite gastos desnecessários e não gaste mais do que você ganha;
- Cartão de crédito e cheque especial não são complementos a sua renda. Saiba quando usá-los;
- Guarde uma reserva para emergências e compreenda o que é realmente urgente;
- Comece a investir, mesmo com pouco. O resultado só vem, se você começar.
E dicas de como cuidar do saúde mental:
- Fale abertamente sobre sua situação com alguém;
- Esteja atento aos sinais que seu corpo lhe dá;
- Priorize manter boas horas de sono;
- Pratique meditação e exercícios físicos;
- Busque ajuda de profissionais, se preciso.
Não existe uma receita certa para se manter bem, independente de qual esfera da vida estivermos falando. Essas são só algumas ideias que podem ajudar a lidar com os estresses que passamos.
A Unit pode te ajudar no quesito finanças. Renegociando e quitando suas dívidas, limpando seu nome, fazendo um diagnóstico da saúde do seu bolso, educando financeiramente e viabilizando seus sonhos.
Já quando o assunto é saúde mental, ligue para 188 ou fale com o Centro de Valorização da Vida por e-mail ou chat. O CVV atende 24 horas por dia, sob sigilo total. Você não está sozinho.
E caso conheça alguém que está passando por uma situação difícil, mostre seu apoio e tenha empatia. Julgar a dor do próximo não o ajudará a superar.