Saúde Financeira: O que é e como cuidar bem da sua?

Blog Unit - Educação Financeira

Manter a saúde financeira em dia garante segurança no presente e a realização de objetivos no futuro. Mais do que “ganhar bem”, esse conceito envolve uma gestão adequada dos seus recursos, sejam pessoais ou à frente de uma empresa, incluindo a busca por oportunidades de investimento e redução de custos, bem como novas fontes de renda.

Ela promove diversos benefícios, como:

  • Segurança por meio de reservas para lidar com imprevistos e emergências;
  • Um caminho para alcançar objetivos a longo prazo, como comprar uma casa, abrir o próprio negócio ou se aposentar sem preocupações financeiras;
  • Bem-estar, por meio da redução do estresse ao evitar dívidas ou falta de recursos para lidar com adversidades, bem como pelo poder de aquisição aumentado para adquirir bens que lhe tragam mais qualidade de vida;
  • Liberdade para escolher entre mais opções, aproveitando bons investimentos ou adquirindo novos bens mesmo quando a situação econômica é desfavorável num cenário mais amplo;

Entender melhor essa ideia, e as suas diferenças para outros conceitos como bem-estar financeiro ou educação financeira, é uma maneira simples de ampliar as suas possibilidades e ter mais controle sobre a sua relação com o dinheiro.

Sumário

O que é saúde financeira?

De maneira simples, a saúde financeira são os nossos hábitos e a maneira com a qual lidamos com o dinheiro. É quando se consegue ter responsabilidade sobre despesas básicas e gastos não essenciais, além de estar precavido para eventuais despesas não programadas.

O diagnóstico da saúde financeira pode ser feito em três dimensões: entradas, saídas e reservas. Quando uma delas apresenta dificuldades, ocorre um desequilíbrio que põe as outras sob tensão. Em alguns casos, é possível manter as coisas funcionando, mas para milhões de pessoas essa tensão não é sustentável, conduzindo às dívidas e todos os problemas que vem junto a elas.

É possível sentir o peso dessas dimensões em situações práticas, como por exemplo:

  • Ser capaz de arcar com todas as suas despesas;
  • Ter disciplina com as suas decisões financeiras;
  • Estar seguro caso enfrente alguma situação desafiadora;

Quem já percebeu que gasta sua renda poucos dias após receber ou nem toca no dinheiro porque ele vai todo para cobrir as dívidas não está sozinho nessa situação. O maior alerta para a necessidade de cuidar da saúde financeira, no Brasil, é o índice da Febraban, apontando que 58,4% dos brasileiros sofrem com a situação de suas finanças.

Mais do que o nome sujo, isso provoca questões como estresse e ansiedade, insônia, falta de atenção no trabalho e até problemas no relacionamento, com o surgimento ou o aprofundamento dos conflitos entre casais.

Felizmente a saúde financeira é uma realidade possível, e qualquer pessoa pode alcançá-la mantendo atenção à própria realidade e às suas necessidades. Mais do que olhar apenas para as entradas, é preciso considerar todo o sistema – afinal existem pessoas que ganham muito bem e estão cheias de dívidas, e também o inverso, quem não ganha tanto mas está com a saúde financeira estável.

Para ter uma situação confortável, é necessário criar o hábito de organizar as três dimensões dentro das próprias possibilidades, ou seja, gastar de acordo com o que recebe, e encontrar meios de criar uma reserva para eventuais oportunidades ou emergências.

Sem isso, fica-se refém do dinheiro e preso em um ciclo onde o trabalho é apenas uma forma de pagar boletos, e no fim das contas – literalmente – nunca temos liberdade em relação a ele.

É importante ter em mente que fechar as contas não é uma preocupação apenas para quem recebe salários. Profissionais autônomos, empreendedores e até mesmo as próprias empresas devem estar atentas para sua saúde financeira, pois ela garante o bom funcionamento das suas operações e a relação estável com os funcionários e fornecedores.

Quando controlar os gastos se torna um hábito, podemos olhar com mais tranquilidade para oportunidades de investimento consciente, de acordo com as melhores opções para cada cenário. Se o mercado imobiliário está apresentando juros altos e preços elevados, por exemplo, talvez não seja inteligente pegar suas economias e comprar um imóvel, mesmo que este seja um grande sonho.

Pode ser melhor esperar o momento ideal para realizar essa compra, investir em outras áreas e aumentar o seu poder de compra quando o momento chegar, aproveitando uma situação de juros baixos ou acumulando um valor de entrada maior.

Quando a saúde financeira vai bem tudo começa a funcionar melhor, você deixa de ficar preocupado com as contas do mês ou se terá dinheiro para realizar aquela viagem nas férias. A atenção no trabalho aumenta, o que logicamente pode contribuir de forma positiva para as finanças, gerando um ciclo positivo.

Como cuidar da minha saúde financeira?

Cuidar da sua saúde financeira nada mais é do que saber administrar o seu dinheiro e pensar em como você pode gastá-lo ou investi-lo da melhor forma. O primeiro passo é saber o valor da sua renda mensal e listar as despesas.

Algumas pessoas terão flutuações muito grandes em uma das áreas – é o caso de quem possui um negócio com vendas sazonais, ou de quem possui despesas necessárias mas inconstantes com um tratamento médico, por exemplo. Se você está nessa situação, pode expandir o horizonte de análise e considerar as médias mensais ao longo de um ano, para usar como referência.

Planejamento Financeiro

Podemos definir o planejamento financeiro como medidas adotadas para acompanhar e organizar as finanças de acordo com a sua realidade. O objetivo de planejar as contas é trazer segurança e conforto, estipulando seus objetivos no curto, médio e longo prazo.

Realizar o planejamento financeiro é uma maneira de cuidar da saúde financeira, pois trás controle sobre o seu dinheiro, permite entender e limitar as despesas, cria um caminho real para eliminar as dívidas e abre opções para poupar mais ganhando condições de investir pensando no futuro.

Feito de modo correto, o planejamento pode ser uma ação cotidiana e nada sacrificantevocê não precisa enfrentar todas as suas contas e procurar onde perdeu cada centavo – se fizer um pouco a cada dia. Essa é uma tarefa simples, considerando que ela é a chave para ter organização e equilíbrio entre as suas despesas atuais e os seus sonhos.

O planejamento financeiro pode ser feito no formato de planilhas, seja no computador ou no celular para quem gosta de recursos adicionais, seja no papel e caneta para quem prefere manter alguns hábitos analógicos. Independente da ferramenta, o importante é ter um lugar para realizar as suas anotações, manter o controle dos seus gastos e acompanhar a realização dos objetivos.

Pense sempre no curto e no longo prazo quando organizar as suas finanças, considerando o que pode fazer hoje ou amanhã para conquistar os seus objetivos dentro de alguns meses ou anos.

Estes são alguns passos para começar a organizar suas finanças:

1 – Conheça bem a situação

Para trazer saúde, o trabalho da medicina começa por um diagnóstico detalhado, certo? Não basta saber que as coisas estão mal, é preciso conhecer melhor os sintomas e investigar as causas para determinar o melhor tratamento.

2 – Estabeleça metas

Tenha objetivos que fazem sentido para a sua vida, tanto no curto quanto no longo prazo. É importante que eles sejam realistas e desafiadores para a sua situação, ao invés de números aleatórios e sem base. Você pode usar ferramentas conhecidas nas empresas, como a metodologia SMART. Ela sugere que uma boa meta seja:

  • Specific (Específica) – Faça perguntas a si mesmo como: “como posso economizar?” e “o que é realmente essencial?“. Se você vai cortar despesas, por exemplo, que despesas são essas?
  • Measurable (Mensurável) – Tenha critérios bem definidos e trabalhe sempre com números – nada de “ganhar mais” ou “gastar menos”.
  • Achievable (Alcançável) – Precisa estar de acordo com a sua situação e possibilidades atuais. Ganhar um salário dez vezes maior ou cortar os gastos pela metade, por exemplo, parecem sonhos incríveis, mas sem um plano real que permita alcançá-los, não se pode afirmar que são verdadeiras metas.
  • Realistic (Realista) – Necessita ser real quanto ao alcance e relevância do propósito definido. Para algumas pessoas, a meta de ficar milionário faz todo sentido, enquanto para outras pagar as contas e ter uma reserva é a escolha mais lógica. Decida de acordo com os seus próprios objetivos.
  • Timely (Temporais) – Tenha datas e prazos para realizar – e uma avaliação quando terminar. Não basta apenas escrever os dias no papel, quando o prazo acabar você deve conferir a meta e avaliar se teve sucesso, ou o que deu errado no caminho, para então traçar um novo plano.

3 – Crie um orçamento

Defina um limite para cada categoria de gasto (alimentação, transporte, lazer, hobbies) e faça um planejamento para alcançá-lo.

4 – Poupe dinheiro

Estabeleça uma quantia para ser poupada regularmente, como os já conhecidos 10% do salário, e coloque esse dinheiro em uma conta de poupança.

5 – Controle

Monitore suas despesas e evite gastos desnecessários.

6 – Alivie suas dívidas

Pague suas contas o quanto antes, sempre começando pelas de juros mais altos, e evite novas dívidas caso elas não sejam necessárias.

7- Invista

Busque oportunidades de investimento, como ações, imóveis ou fundos. Investir, na saúde financeira, é uma forma de aumentar a sua imunidade e estar forte quando for preciso enfrentar um cenário desfavorável.

8 – Repita

Faça revisões regulares de suas finanças – mensais, trimestrais e anuais, por exemplo – ajustando suas metas e estratégias conforme necessário. Não tenha vergonha de pegar as anotações caso tenha perdido uma meta, procure entender onde errou e o que pode mudar agora.

Controle de gastos

Não há como falar de saúde financeira sem mencionar o controle de gastos, afinal para a maioria das pessoas reduzir as despesas é uma possibilidade mais imediata do que aumentar as receitas.  Essa é uma estratégia que faz parte do seu planejamento financeiro. No controle de gastos devem estar presentes todas as suas despesas, até aquele cafezinho que você bebeu no final da tarde.

O objetivo do controle de gastos é deixar de consumir sem necessidade, e assim para de trabalhar tanto apenas para pagar contas, chegando no final do mês sem nenhum dinheiro.

Para o bom funcionamento do controle de gastos é preciso usar ferramentas como aplicativos financeiros ou planilhas; e como no planejamento financeiro, é importante ter disciplina e foco nos seus objetivos. Comece listando tudo que gasta durante um mês, ou 60 dias, caso as despesas variem muito, e assim você saberá para onde vai todo seu dinheiro.

Organize essa informação por categorias e atualize diariamente, pois se você deixar para depois será mais difícil lembrar e ter disposição para anotar todos os dados.

Mais importante que a ferramenta escolhida é construir uma mentalidade que permita mudar seus hábitos. De nada adianta fazer planilhas e planejamentos se você não consegue reduzir o seu consumo no dia a dia.

Estabeleça um objetivo, usando a metodologia que já ensinamos, e cole o seu controle de gastos a essa meta. Ao fazer isso, você não sentirá que está apenas se privando de comprar as coisas, e saberá exatamente qual será o resultado dos pequenos sacrifícios feitos hoje.

Na prática, comece a separar os seus gastos entre as coisas que são essenciais e as que não são. Você pode considerar três categorias:

  • Despesas inevitáveis: como água e energia, contas médicas e alimentação básica;
  • Despesas para o seu bem-estar: envolvendo gastos que podem não parecer essenciais para outras pessoas mas tem grande importância na sua vida, como praticar um esporte ou tomar um bom café;
  • Despesas que podem ser cortadas: com os valores pagos em objetos e atividades que lhe agradam, mas não são necessárias para manter o bem-estar.

A linha entre os dois últimos grupos parece difícil de traçar, mas você precisa olhar de modo honesto para as suas finanças e tomar decisões importantes. Talvez um serviço de streaming seja importante para assistir filmes com a sua família, por exemplo, mas as outras três ou quatro assinaturas podem ser canceladas por algum tempo.

São respostas que cada pessoa terá de encontrar.

A próxima etapa é estabelecer uma rotina entre você e o seu dinheiro, desenvolvendo o hábito do consumo consciente. Antes de comprar qualquer coisa, faça as seguintes perguntas:

  • Eu preciso realmente disso? Com que objetivo?
  • Posso esperar mais um pouco antes de comprar?
  • Irei usar, ou desejo apenas a compra?

Se uma das respostas for não, é um sinal claro de que você não precisa fazer essa despesa – e se o não vier para todas as questões, então esse sinal pode ser visto como uma certeza.

É importante ter em mente que não existe nenhuma fórmula mágica, cuidar da saúde financeira é um aprendizado diário que deve ser cultivado. A realidade de cada um é diferente, tanto na renda quanto nas despesas, e não adianta querer copiar a planilha do amigo – é importante que você faça o seu trabalho e controle a sua saúde financeira. Além do que já apontamos sobre os cuidados com a saúde financeira, você ainda pode:

  • Estudar mais sobre saúde financeira, aprofundando cada vez mais a sua consciência sobre o assunto;
  • Buscar novas fontes de renda, como horas extras, um trabalho freelancer ou um pequeno negócio;
  • Priorizar os pagamentos das suas contas, evitando gastar mais apenas por causa dos juros;
  • Negociar dívidas, aproveitando as feiras e os programas das empresas para reduzir o desafio.
  • Sair apenas com a quantia em dinheiro que planeja gastar, e não leve cartões. Você não terá como “escapar” das suas decisões e vai aprender que é possível se satisfazer dentro do que planejou antes de sair de casa.

Qual a diferença entre saúde e educação financeira?

Tanto a saúde financeira quanto a educação financeira auxiliam no cuidado com o dinheiro. A saúde financeira avalia o modo como os indivíduos se relacionam com ele, em outras palavras, ela considera como o dinheiro é aplicado no cotidiano. Isso envolve controlar os gastos, evitar consumo desnecessário e fazer planejamentos financeiros.

Já a educação financeira consiste em aprender a lidar com o dinheiro. Ela envolve o ganho de informação sobre como administrar o dinheiro de forma eficiente, incluindo orçamentos, poupança, investimentos, gastos e dívidas.

Além disso, a educação financeira também pode incluir noções globais de economia, como juros, inflação e risco, bem como habilidades de negociar e resolver problemas financeiros. Essa informação traz controle e orienta ações mais acertadas pela lógica, e não por palpites ou até mesmo por pessoas com interesses diferentes dos seus.

Ela é como uma base, um pilar que sustenta a saúde financeira, e consiste no processo de estudar como utilizar e aplicar o dinheiro de maneira consciente. Quando temos educação financeira, o dinheiro é empregado de maneira programada, gastando o montante que se tem e buscando aumentá-lo, com decisões racionais e não por impulso.

De um modo geral, a finalidade da educação financeira é auxiliar as pessoas a compreender e praticar o básico, saber quais os gastos mensais precisam ser quitados e retirar de suas despesas aquilo que não é necessário.

Isso não significa que a educação financeira vai evitar um possível aperto, mas ela te deixará preparado para identificar onde está gastando mais, permitindo fazer a escolha certa mesmo quando o momento é difícil.

Pode parecer uma tarefa complexa porque não fomos ensinados desde pequenos a lidar com o dinheiro, mas a educação financeira é um ganho diário que pode acontecer em qualquer idade graças às muitas ferramentas e cursos disponíveis, tanto para obter conhecimento geral sobre finanças quanto para saber alocar os seus recursos pessoais.

Saúde financeira e os pilares do bem-estar integral: mental, físico e social

Você já deve ter percebido que quando a saúde financeira não vai bem, o corpo e a mente dão sinais de alerta: insôniaansiedade, desempenho negativo no trabalho, isolamento, baixa autoestima e até doenças físicas, tudo devido à sua preocupação com as finanças.

O velho ditado de que o dinheiro não traz felicidade certamente não foi dito por alguém que estava com dívidas, perdendo a noite sem saber como fechar as contas. A saúde financeira, mesmo não sendo garantia, é um pré-requisito para o bem-estar integral do indivíduo, contribuindo para a saúde física e mental, bem como para as relações sociais.

Compreender a vida de cada pessoa desse modo, integral, possibilita entender como os problemas de uma área – nesse caso, financeira – desorganizam toda a estrutura e geram desafios em outros campos. É uma verdadeira bola de neve, já que mantendo uma relação problemática com o corpo, a mente e as outras pessoas, também não teremos as condições para ajustar as finanças.

Além do que já mencionamos, uma reserva financeira traz segurança psicológica. Você sabe que não estará entregue às circunstâncias caso perca o emprego ou precise enfrentar uma doença na família, por exemplo. Esses desafios podem ser amenizados quando os recursos estão em dia, mas se tornam tragédias quando não há uma rede para sustentar a queda.

Essa mesma segurança possibilita decisões mais conscientes, focadas.

Você não precisa arriscar tudo para fazer mais dinheiro quando há um problema, e pode seguir com tranquilidade mantendo a cabeça livre para pensar na melhor escolha em cada situação. Os efeitos se acumulam, e o que antes era uma espiral de dívidas e estresse agora se torna uma escada com degraus formados por ganhos e qualidade de vida.

Por fim, a saúde financeira é base para os custos que podemos ter na manutenção dos outros pilares. Alimentação de qualidade, mensalidades em uma academia ou em um clube esportivo, atendimentos médicos e terapêuticos, opções de lazer e hobbies, tudo terá algum custo que pode ser facilitado quando as contas estiverem em dia.

Como anda a sua saúde financeira?

Avaliar de forma honesta a sua situação pessoal é o primeiro passo para alcançar ou manter a saúde financeira, obtendo mais liberdade e bem-estar. Você pode participar da nossa pesquisa de saúde financeira e receber um diagnóstico mais detalhado.

São apenas 15 questões que você pode responder em alguns minutos para conferir a relação entre os seus resultados financeiros e seus comportamentos, para entender a raiz da situação atual e ter clareza sobre como deve agir a partir de agora.

Participe e confira o seu índice de saúde financeira.

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