Cesta básica: entenda por que os alimentos estão custando tão caro

Blog Unit - Educação Financeira

Alta do dólar, preço da gasolina e reajustes na conta de luz são os principais responsáveis pelo aumento desenfreado no preço da cesta básica

Quem tem o hábito de ir a supermercados já deve ter percebido que os produtos da cesta básica do brasileiro estão cada dia mais caros. Uma semana após a outra, itens essenciais passam por reajustes e fica cada vez mais difícil para o brasileiro conseguir comprar os produtos mais necessários para o dia a dia em suas casas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente no primeiro ano da pandemia de Covid-19, o preço da cesta básica sofreu aumento de 15%.

cesta básica

Se de um lado o preço da comida não para de subir, do outro o salário mínimo parece ficar cada vez mais curto. O valor do piso que em 2020 era de R$ 1.045, em 2021 passou a ser de R$ 1.100. Um reajuste que não se aproxima nem da metade do qual passou a cesta básica ao longo da pandemia. Parafraseando o Professor Raimundo: “e o salário 🤏”. 

O bordão do icônico personagem de Chico Anísio, infelizmente, nunca fez tanto sentido. Com os R$ 1.100 que são pagos hoje só é possível comprar pouco mais que uma cesta básica, muito diferente do período entre 2010 e 2019, quando, com um salário mínimo era possível comprar duas cestas básicas inteiras e ainda sobrava dinheiro.

Diversos são os fatores que explicam o aumento acelerado no preço dos itens da cesta básica, entenda agora quais são os principais:

Alta do dólar

De acordo com o professor e especialista em inflação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, Heron do Carmo, a alta do dólar fez com que os preços dos alimentos no exterior aumentassem. 

Por ser um grande exportador de alimentos, o Brasil também sentiu os impactos do aumento nos preços que interferiu diretamente na inflação. O professor explica que os preços de produtos internos também estão relacionados ao dólar, “se um sobe, o outro sobe, também”. 

Elevação no preços dos combustíveis

Assim como o aumento do dólar, um outro fator impacta no preço dos alimentos: a alta dos combustíveis, que pressiona a inflação no país. O que acontece é que o aumento destes gera uma interferência direta no preço do transporte dos alimentos até os postos de vendas, que é abatido diretamente para o consumidor.

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, afirma que embora não seja possível precisar o percentual de impacto dos combustíveis no preço dos alimentos, eles atingem diretamente aqueles que são transportados para as grandes cidades.

De acordo com o IBGE, em fevereiro a gasolina sozinha foi responsável por mais de 40% da inflação naquele mês. O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov explica que este aumento é dado nas refinarias, entretanto, parte do valor acaba sendo repassada aos consumidores.

Crise energética

Além da desvalorização cambial e da alta na gasolina, o país ainda enfrenta uma crise energética que empurra o preço da conta de luz para cima, devido a falta de chuvas, os reservatórios das usinas hidrelétricas encontram-se com níveis baixos, por esse motivo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou em junho que iria aumentar de R$ 6,24 por 100 kWh para R$ 9,49 o valor da bandeira vermelha patamar 2.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Millan, diz que é inevitável que haja aumento no preço dos alimentos, devido ao aumento na conta de energia, mas que não espera um grande repasse. 

“Com certeza vai trazer impacto no preço dos alimentos, não podemos dimensionar ainda de quanto será, mas algo que precisamos considerar é que grande parte dos supermercados negociam a compra de energia direta no mercado livre, o que favorece um repasse menor”, informa.

Ele explica que os supermercados são o fim da cadeia produtiva, e que o aumento é diluído entre todos os produtos, havendo concentração de alta naqueles em que há uma demanda maior de consumo de energia ou necessitam de uma maior logística e distância de transporte, no caso da alta dos combustíveis.

Assista no vídeo a seguir como funcionam as bandeiras tarifárias da conta de energia:

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Por João Paulo Rocha

Redator

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