Educação financeira infantil: como e por que ensinar finanças para crianças?

Blog Unit - Educação Financeira

A educação financeira deveria começar logo na primeira infância, porém, sabemos que isso não acontece com frequência. Sabemos que este tema é pouco discutido, por isso resolvemos aproveitar o mês das crianças para conversarmos um pouco sobre o assunto.

Acompanhe o texto, que daremos algumas dicas para que os pequenos consigam alcançar a independência e segurança financeira quando se tornarem gente grande.

Crianças formam boa parte de seus conceitos e hábitos até os 7 anos de idade, falar sobre finanças desde a primeira infância é fundamental para que se tornem adultos conscientes

De acordo com uma pesquisa divulgada em 2014, pela Northwestern Mutual, falar sobre dinheiro é um medo para a maioria das pessoas. Entendemos que na maioria das vezes os problemas podem ser resolvidos através do diálogo, sobretudo quando assunto é: finanças.

Quando não falamos sobre o assunto, corremos o risco de ficarmos apáticos à situação e esse comportamento é capaz de acarretar sérios problemas a longo prazo para nossas crianças. Um dos maiores riscos é que elas se tornem adultos sem nenhum controle sobre sua própria vida financeira.

Aqui no Brasil, a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) realizaram uma pesquisa quantitativa, em 2019, apontando que 47% dos jovens de 18 a 24 anos não têm controle sobre suas finanças, dado bastante preocupante.

Em um país com 62,5 milhões de inadimplentes – segundo o SPC – isso é reflexo de uma série de maus comportamentos financeiros que podem ser desencadeados devido à falta de educação financeira ou até mesmo à reprodução de comportamentos dos pais.

As crianças formam boa parte de seus conceitos e hábitos até os 7 anos de idade, ou seja, falar sobre finanças desde pequenininhos fará toda diferença quando se tornarem adultos.

A ideia principal é entender e adequar sua abordagem de acordo com a idade e a maturidade de cada um e acrescentar informações de acordo com o desenvolvimento natural, respeitando a singularidade de cada criança.

Quando trabalhada desde a infância, a educação financeira é capaz de formar adultos com hábitos de consumo conscientes, com percepção elaborada sobre seus gastos e comportamentos saudáveis frente ao dinheiro.

Vale ressaltar que dialogar sobre finanças com as crianças não significa ensiná-las a valorizar apenas o que se pode comprar. É importante que desde pequenos aprendam também a valorizarem o que é de graça, como brincar com um amigo ou dar uma volta na pracinha.

Dessa forma as crianças aprenderão que a felicidade não está somente associada ao que se pode comprar, e sim que podem ser felizes sem condicionar a felicidade a coisas.

Crianças reproduzem comportamento, por isso é muito importante dar bons exemplos.

Uma informação bastante clichê, mas importante de ser sempre lembrada: crianças reproduzem comportamentos e absolutamente nada irá substituir o exemplo e as atitudes praticadas em casa. Que tipo de exemplo você quer ser para os seus filhos? – REFLITA

Para te ajudar ainda mais, nós separamos 8 dicas maravilhosas que vão te fazer mudar de percepção já:

Dê uma mesada para seu filho: A mesada é um valor fixo mensal ou semanal, depende da faixa etária. O intuito é que seu filho aprenda a tomar decisões como: se ele irá guardar o dinheiro que recebeu ou gastá-lo e com o que irá gastar;

Compartilhe com seu filho como você organiza suas contas: Lembra da reprodução de comportamento? Quando as crianças começam a perceber este contexto fica  mais fácil o entendimento e adesão a pedidos como: demorar menos no banho, apagar as luzes, etc.

Ofereça recompensas por afazeres: Ao receberem recompensas as crianças começam a entender sobre trabalho. Lembre-se de acompanhar os valores e as tarefas de acordo com a idade e a maturidade.

Deixe que escolham itens no mercado: Muitos vão enlouquecer com essa dica, mas calma! Entenda sobre o que já ensinou e explore o melhor momento da compra, assim você ensinará as variações de preços dentro de um mesmo produto.

Fale sobre planos a longo prazo: Essa é uma dica de ouro! Nós seres humanos tendemos a ser impulsivos e imediatistas, sendo assim, quando ensinamos planejamento a longo prazo não estamos só envolvendo a saúde financeira de nossas crianças. Um grande exemplo aqui é o clássico cofrinho, através deste comportamento as crianças vão compreender que não podem ter tudo o que querem e na hora que querem.

Deixe bem claro a diferença entre: Precisar x Querer: Começar essa diferenciação desde o início também contribui com a saúde mental das crianças, entender o que é essencial e desejado as tornarão adultos conscientes.

Não esconda a situação financeira familiar: Às vezes temos fases de mais abundância e outras não, e tá tudo bem! Compartilhar isso com seu filho além de estreitar laços de confiança o fará entender sobre a fase que estão passando e poderá contribuir de forma mais fácil diante a redução de gastos.

Tente não cair nas armadilhas da sua mente: Sabemos que todo pai e mãe quer ver seu filho feliz o tempo todo e, muitas vezes, cai na tentação de ceder a pedidos e caprichos. Mas fazer isso é um “tiro no pé”.
Justificativas mentais como: “Dar ao filho tudo o que você não teve”; “Comprar bom comportamento”; ”Não ser um bom exemplo em casa”, não é um bom caminho a ser seguido, reprograme sua mente e tome consciência.


Sabemos que esse é um processo longo de aprendizado e vai exigir de você paciência e constância. Para ajudar a tornar esse momento mais leve e lúdico, separamos alguns livros e jogos, de acordo com a faixa etária das crianças, como sugestão para te ajudar nesse momento.

AHH! E NÃO SE ESQUEÇA, A CRIANÇA APRENDE COM MAIS FACILIDADE NA “TERRA DO BRINCAR”.

Para crianças com idades entre 4 e 6 anos:

Livros:

  1. As sementes da riqueza. Autores: Angélica Rodrigues Santos e Rogério Olegário do Carmo.
  2. O pé de meia mágico – Educação financeira. Autor: Álvaro Modernell.

Jogo:

Banco Imobiliário kids

Para crianças com idades entre 7 e 9 anos:

Livros:

  1. Meu primeiro livro de finanças pessoais . Autora: Tatiane Leiser
  2. Como se fosse dinheiro. Autora: Ruth Rocha

Jogo:  Jogo da vida

Para crianças com idades entre 10 e 12 anos:

Livros:

  1. Almanaque Maluquinho – Pra que dinheiro? Autor e Ilustrador: Ziraldo
  2. Guardiões da Galáxia – O poderoso plano de Rocket. Autor: Aubrey Sitterson

Jogo: Renda Passiva – Inteligência Financeira

Dica de literatura para vocês, adultos.

  1. Filhos inteligentes enriquecem sozinhos – Como preparar seus filhos para lidar com o dinheiro. Autor: Gustavo Cerbasi
  2. Como falar de dinheiro com seu filho. Autora: Cássia D’Aquino

Eduarda Martins

Psicóloga

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