Dia da Consciência Negra: Conheça 9 iniciativas de empreendedorismo negro com impacto social

Blog Unit - Educação Financeira

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o percentual de pessoas negras no Brasil é de 56,10%, ou seja, dos mais de 209 milhões de brasileiros, 19,2 milhões se consideram pretos e 89,7 milhões se autodeclaram pardos.

No mercado de trabalho, os negros representam a maior força de trabalho no país, em 2018 eram 54,9% do total de trabalhadores, entretanto, a proporção de pessoas desocupadas ou subocupadas é bem maior. Segundo o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do IBGE, em 2018, 64,8% dos brasileiros desempregados eram negros. Quanto a distribuição de renda, pessoas pretas e pardas são as que menos ganham no país, em 2018, o rendimento médio domiciliar per capita dos brasileiros autodeclarados negros, era de apenas R$ 934,00.

Além disso, a representação de pessoas negras em cargos de liderança ainda é muito pequena, segundo estudo do Instituto Ethos, os negros ocupam apenas 4,9% das cadeiras nos Conselhos de Administração das 500 empresas com maior faturamento no país, nos cargos executivos esse percentual cai para 4,7%. Embora representem a maioria na população, os negros brasileiros também são as maiores vitimas da desigualdade no país.

Observando o contexto de desigualdades sociais que assolam o país, sobretudo a população negra, e a baixa presença de profissionais negros nos cargos de liderança, cada vez mais empreendedores tem investido em ideias que visam ajudar esta parcela da população a se desenvolver pessoal e profissionalmente.

Através do movimento ESG – que ganha cada vez mais força -, empresas tem adotado práticas mais ecológicas e socialmente responsáveis. A sigla ESG, se refere a “environmental, social and governance” – em português, ambiental, social e governança – e diz respeito a adoção de boas práticas que visam reduzir os impactos da empresa no meio ambiente, construir um mundo mais justo ao seu entorno e manter os melhores processos administrativos.

No que tange a redução das desigualdades raciais, empresas tem investindo em educação voltada para as regiões periféricas, em ideias inovadoras de impacto direto para a população negra e no desenvolvidos de projetos e soluções internas que visam aumentar o protagonismo de lideranças negras, como a criação de comissões de diversidade, que buscam compreender melhor questões relacionadas a este âmbito dentro das empresas, com metas claras para formas líderes mais diversos e representativos.

Além disso, grandes empresas tem desenvolvido fundos de investimentos, voltados exclusivamente para projetos criados e liderados por empreendedores negros, como é o caso do Black Founder Fund, projeto do Google For Startups que investe R$ 5 milhões em negócios fundados e liderados por profissionais negros.

Para celebrar este Dia da Consciência Negra, separamos os nomes de nove afroempreendedores que estão desenvolvendo iniciativas de impacto social:

Bia Santos (@soubiasantos)

Formada em Administração e Negócios pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós graduada em História e Cultura Africana pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Bia Santos é CEO da Barkus, edutech focada em democratizar a educação financeira para jovens e adultos, que neste ano recebeu um aporte do Black Founders Fund. Ela é vencedora do prêmio “Mulheres que Transformam”, da XP, na categoria Inovação em Finanças e figura na lista da Forbes Under 30, que seleciona as personalidades mais influentes com menos de 30 anos.

Edu Lyra (@edulyragf)

O empreendedor social Edu Lyra é fundador e CEO da ONG Gerando Falcões, um ecossistema de desenvolvimento social que atua em rede para acelerar o poder de impacto de líderes das favelas de todo o Brasil, com o sonhos de “colocar a pobreza das favelas no museu”. Desde 2013 a ONG já captou aportes de alguns dos maiores empreendedores do país, como: Jorge Paulo Lemann – que além de investidor é conselheiro do projeto, Carlos Wizard, Flavio Augusto, Guilherme Benchimol, Rubens Menin e André Gerdau. Em 2014, Lyra também integrou a lista Forbes Under 30.

Adriana Barbosa (@adrianapreta)

Formada em Gestão de Eventos pela Universidade Anhembi Morumbi e pós graduada em Gestão de Projetos Culturais pela Universidade de São Paulo (USP), Adriana Barbosa faz parte da lista de Mulheres Negras Mais Influentes do Mundo (MIPAD). Ela fundadora da Feira Preta, maior evento de cultura e empreendedorismo da América Latina, que busca levar aos consumidores a multi-pluralidade criativa e cultural afro. Além disso, é CEO do PretaHub, um Hub de criatividade, inventividade e tendências pretas.

Nina Silva (@ninasilvaperfil)

Formada em Administração de Empresas pela Universidade Federal Fluminense, Nina é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das 100 pessoas afrodescendentes com menos de 40 anos mais influentes do mundo. Ela é fundadora do Movimento Black Money, um hub de inovação que fomenta o desenvolvimento do empreendedorismo negro. Atualmente a startup conta com um braço educacional para jovens negros empreendedores (Afreektech), um braço economico, com serviços financeiros para a comunidade negra (D’Black Bank) e um braço comercial voltado para comerciantes negros (Mercado Black Money). Em 2021, a empresa foi uma das selecionadas para receber um aporte do projeto Black Founder Fund, do Google.

Lisiane Lemos (@lisianelemos)

Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pelotas, foi eleita em 2017, pela Forbes Brasil, um dos 100 brasileiros mais promissores com menos de 30 anos. Lisiane é cofundadora da Rede de Profissionais Negros, ONG que conecta profissionais negros e empresas que estão em busca de talentos.

Karine Santos Oliveira (@karinewakanda)

Graduada em Serviço Social pela Fundação Visconde de Cairu, em 2020, integrou a lista Forbes Under 30. Ela é fundadora e CEO da Wakanda Educação Empreendedora, uma escola de negócios, que traduz conteúdos do universo do empreendedorismo para uma linguagem informal e regional, com o objetivo de fortalecer negócios criados na periferia, desde sua fundação em 2018, a Wakanda já impactou quase 1000 empreendedores. Em 2020, a jovem participou da quinta temporada do programa Shark Tank Brasil e conseguiu um aporte de R$ 200,00 da investidora Camila Farani.

Antonio Pita (@pitaresco)

Com graduação em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Licenciatura em Comunicação e Estudos de Mídia pela Université Paris X Nanterre, fundou em 2016, junto com o Bacharel em Geografia e Meio Ambiente, Carlos Silva, a startup Diáspora.Black, uma rede de anfitriões e viajantes com interesse em vivenciar e valorizar a cultura negra. A plataforma oferece roteiros e experiências turísticas oferecidas por afroempreendedores e faz a intermediação de hospedagens para um atendimento sem discriminação.

Sergio All (@serjall)

Publicitário de Formação, Sérgio All é Conselheiro da ONG Afrobusiness Brasil. Iniciou sua carreira como empreendedor aos 20 anos de idade. Fundou o SOS Games, primeiro primeiro buscador de dicas para jogos eletrônicos do país. Em 2018, fundou a Conta Black, primeira carteira digital criada por negros no Brasil, focada na educação financeira, a fintech tem o propósito de promover o empoderamento financeiro de pessoas desbancarizadas.

Gabriela Chaves (@gabrielanofront)

Formada em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Chaves faz parte do Conselho Consultivo do Instituto Coca Cola. Ela é fundadora e CEO da NoFront – Empoderamento Financeiro, uma plataforma de educação financeira, que tem a missão de promover o empoderamento econômico da população negra e periférica através da educação e planejamento financeiro. No mercado desde 2018, a empresa já formou mais de 4.500 pessoas.

Mais do que simplesmente citar precisamos enaltecer e apoiar estas iniciativas, é através de ações como estas que é possível impactar a vida das pessoas e gerar transformação.

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João Paulo Rocha

Redator

Leia também o nosso texto sobre as lições de educação financeira da série “Todo Mundo Odeia o Chris

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